segunda-feira, 26 de maio de 2014

Bem, parece que voltei à blogosfera com a esperança de criar um ritmo saudável e principalmente para criar o meu próprio espaço de reflexão.
A realidade é que a minha necessidade de escrever revela-se nos momentos mais críticos em que a vontade de  fazer algo benéfico é zero e a de estourar com algum irritante bibelot é de 100 por cento ao quadrado. Mas é sempre nos maus momentos que nos lembramos do que nos faz realmente bem, do que nos falta. E eu, infelizmente, tenho sentido isso mais do que gostaria.
Estudar longe de casa não se revelou em nada o paraíso que eu esperar abraçar. De um momento para o outro todo o meu apoio encontrava-se longe e as paredes eram as únicas testemunhas do fracasso em que me reconheci ao entrar na universidade. Em dois segundos deixei de ter a comidinha da mamã, o mimo do pai, e a irritação de ter os dois seres abomináveis (sim, os meus irmãos)  para me acabarem com o resto da sanidade que restava nos santos miolos. Pior de tudo, deixei de ter o melhor amigo, o namorado, a única pessoa disposta a aturar as minhas crises, perto de mim.
Resumindo, o paraíso prestes a cair aos meus pés transformou-se num lamacento inferno que teimava em engolir cada centímetro na minha paciência.
No entanto, como sempre, há sempre dois lados a analisar e como em tudo, encontrei o lado bom e o lado mau. Tirei na vida uma das maiores ilações já atiradas ao quatro ventos: só dás valor quando sentes falta. E é incrível como em seis ou sete meses sinto ter amadurecido oito, nove anos. No fim de cada dia há sempre uma migalha que seja, a trazer à tona.