terça-feira, 17 de junho de 2014

e o que és tu senão a razão de eu ser? e o que são os teus beijos senão o manto dos meus lábios? que são as tuas palavras senão a labareda da minha alma?
A minha pele, hoje, reclama os anos que perdeu por não te conhecer. Confessa-me ela que és o rejuvenescer, o derrame abismal da sensação de ter. Quando vens, chegas com o vento floral do sorriso de um gigante, imensidão de frescura! Trazes o calor da alma nas palmas da mão, e no olhar, no olhar guardas janelas de um mundo que é teu (um dia nosso, sempre nosso). O poder que exerces sobre a podridão do meu ser é de tal modo agigantada que despertas em mim o desejo violento de te dilacerar, de te receber e guardar, de te sufocar, corromper, desassociar de tudo que é real, para assim sermos eternos. E quando vais, o desfalecer é porta certa a ser ultrapassada, e a solidão abraça-me na obscuridade mais uma vez.

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