terça-feira, 8 de julho de 2014

Cada vez mais a possibilidade de abraçar a solidão no meio do caos se torna real.
A mente será sempre aquela que nos detém, que nos controla, e por muito que tentemos nunca vamos deter o poder sobre ela mais do que ela detém sobre nós.
Deito-me na cama e é inevitável. Esta sensação de aperto e vazio simultâneo cresce. Sinto-me só, vazia, esquecida. Por mais que tente, a ideia de saber que quem quero estar longe, dilacera-me, corrompe-me, rasga-me a alma, o ventre, a existência.
Há dias melhores e dias piores. E dias como o de hoje: terrível. O peso que carrego atrasa o sono e oferece-me de bandeja a insónia. Ideias, memórias, planeamentos de um futuro inatingível. A vida oferece-me todas estas torturas, todos estes pedaços de vida que me emprestam o tormento da mesmíssima conclusão de sempre: estou só.
Estou só, sou só. Por muito que tente, que espere, desespere, por mais que desejo ter a palma de uma mão que me afaga as costas e uma boca que num beijo me leia de A a Z. E tudo me doí. Tanto e tanto. E dói porque sei que os tenho, e que não os posso ter. Aqueles a quem quero bem, que me fazem bem, que me elevam.
Precisava de ti aqui hoje. Precisava de toda a atenção. Do teu abraço. Desculpa-me o egoísmo, mas há dias assim. E no final sou realmente egoísta, porque te quero só para mim.

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